O Banco Mundial considerou esta segunda-feira no relatório sobre as Perspetivas
Económicas Globais que os governos de Angola e Moçambique devem
implementar políticas de consolidação orçamental para garantir a
estabilidade macroeconómica e acelerar a recuperação das suas economias.
“Na
frente interna países como Angola, Moçambique e Nigéria precisam de
implementar políticas significativas de reajuste fiscal para sustentar a
estabilidade macroeconómica e alimentar a recuperação económica”, lê-se
no documento divulgado esta segunda-feira em Washington.
De
acordo com as previsões dos analistas, Angola vai ficar estagnada em
2016 e acelerar para 1,2% este ano, reduzindo novamente o crescimento
económico no próximo ano, para 0,9%.
Moçambique,
por seu turno, depois de ter crescido 6,6% em 2015, viu a expansão
económica cair para metade no ano passado, e deverá recuperar para 4,8%
este ano, acelerando para 6,1% em 2018.
Entre
os lusófonos apresentados no relatório, a Guiné Equatorial continua a
ser o único país em recessão, devendo enfrentar uma quebra do Produto
Interno Bruto de 5,9% este ano e de mais 7% em 2018, marcando o quarto
ano consecutivo de retração da economia.
No
total, a África subsaariana deverá registar um crescimento de 2,6% este
ano, diminuindo ligeiramente para 2,3% no ano seguinte, alicerçado num
aumento dos preços e nas reformas económicas, prevê o Banco Mundial.
“Segundo
as previsões, o crescimento na África subsaariana deverá acelerar para
2,6% em 2017 e 2,3% em 2018, baseado em preços em elevação moderada dos
produtos básicos e em reformas para corrigir desequilíbrios
macroeconómicos”, lê-se na parte do relatório que diz respeito a esta
região.
De
acordo com o documento, divulgado em Washington, a produção per capita
deverá cair 0,1% este ano e depois acelerar para “um ritmo modesto de
crescimento de 0,7% em 2018 e 2019”, o que significa que “o crescimento
será insuficiente para alcançar as metas de redução da pobreza na
região, especialmente se persistirem limitações mais rigorosas ao
crescimento” das economias africanas.
As
previsões apresentadas esta segunda-feira enfrentam os já tradicionais
riscos, que o Banco Mundial considera serem “significativos”,
exemplificando com um possível aumento das taxas de juro, que pode
“desencorajar a emissão de títulos soberanos [de dívida pública], que
para os governos têm sido uma estratégia fundamental de financiamento”
das economias face à quebra de receitas resultante da descida dos preços
das matérias-primas.
“Um
crescimento mais fraco do que o previsto nas economias avançadas ou nos
principais mercados emergentes pode reduzir a procura por exportações,
diminuir os preços dos produtos básicos e restringir o investimento
estrangeiro direto na mineração e na infraestrutura da região”,
acrescenta o Banco Mundial.
“Os
cortes propostos na assistência oficial dos Estados Unidos para o
desenvolvimento constituirão preocupação para algumas economias menores e
Estados frágeis da região”, afirmam ainda os analistas do Banco Mundial
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