Segundo Jornal Noticias, O
GOVERNO provincial de Inhambane ordenou, na última sexta-feira, o
encerramento do Instituto Politécnico de Saúde, que funcionava, desde os
princípios deste ano, na cidade da Maxixe, sem autorização das
autoridades competentes.
Para
voltar a funcionar, segundo explicou o secretário permanente
provincial, Ricardo Nhacoongue, no encontro com a comunidade escolar, o
estabelecimento deverá reunir todos os requisitos exigidos para o início
de actividades de uma instituição de ensino no país.
A
medida do encerramento do instituto não foi acolhida de bom agrado
pelos estudantes, pais e encarregados de educação, que responsabilizam
as entidades governamentais por terem deixado o estabelecimento entrar
em funcionamento, em Janeiro deste ano, sem que tenha sido autorizado.
Os
pais e encarregados de educação presentes no encontro afirmaram que,
para além da responsabilidade do próprio instituto pelo sucedido, o
Governo também tem a sua cota parte, pois, na sua opinião, deveria ter
verificado a existência de uma escola ilegal e orientar para se seguirem
os procedimentos legais para o seu funcionamento antes de matricular os
alunos e iniciarem as aulas.
“Como
é que uma escola matricula estudantes, recruta professores, inicia as
aulas e os seus alunos participam nas cerimónias das datas comemorativas
devidamente identificados e nenhum dirigente questionou a sua
ilegalidade. Só hoje, quase um ano depois, é que surge o Governo a
mandar encerrar a escola. Quem vai ressarcir as despesas dos alunos?”,
questionou um dos pais presentes no encontro.
O
Instituto Politécnico de Saúde funcionava sem o conhecimento da
Direcção Provincial da Saúde. O mesmo começou a matricular estudantes em
2015, tendo iniciado as actividades lectivas no mesmo ano. Cada aluno
pagava de mensalidade 2950 meticais.
FALTAM AULAS PRÁTICAS
Para
além de funcionar de forma ilegal, o instituto não cumpria o programa
de ensino, sendo que devido à insuficiência de equipamentos no
laboratório as aulas práticas eram quase inexistentes. O mais grave é a
falta de estágios nas unidades sanitárias porque as autoridades do
sector não reconheciam a legalidade do estabelecimento.
Antes
do anúncio da decisão de encerramento do instituto, a direcção deste
decidiu dar férias prolongadas a todos os estudantes. Aliás, estes,
estranhando o facto, tentaram obter esclarecimentos, sem que, no
entanto, encontrassem justificações plausíveis.
Foi
este facto que despertou a atenção das autoridades governamentais, que
trataram de se reunir com os estudantes, pais e encarregados de
educação, formadores e os membros da direcção do estabelecimento de
ensino para explicar a ilegalidade da instituição.
Para
além da inexistência de documentos que provam a legalidade do
instituto, o outro problema está relacionado com a falta de
laboratórios, docentes efectivos, entre outros. No que apurámos, quase
todos os formadores que trabalham no estabelecimento aparecem para fazer
horas extraordinárias. Por exemplo, o próprio director do instituto,
Jeremias France, é também director-geral do Hospital Rural de Chicuque.
DIRECÇÃO PROMETE REGULARIZAR
Entretanto,
a Direcção do Instituto Politécnico de Saúde promete regularizar a
situação. “Nós, como direcção do instituto, vamos trabalhar no sentido
de regularizar os problemas levantados pelo Governo. Percebemos que
todos vivem um momento de agitação, mas estamos cientes de que
retomaremos as aulas dentro de dois meses”, assegurou Jeremias France.
Entretanto,
os estudantes, pais e encarregados de educação afirmaram sentirem-se
burlados e pedem a quem de direito para intervir no caso para que se
retome a formação.
No instituto eram leccionados os cursos de Enfermagem Geral, Nutrição, Saúde Materno Infantil e Medicina Preventiva.
Esta
não é a primeira vez que o Governo de Inhambane encerra instituições de
ensino que funcionavam ilegalmente. Entre 2014 e 2015, o Governo mandou
encerrar o Instituto Médio de Comércio, Finanças e Administração
Pública que, por coincidência, funcionava de forma ilegal no mesmo
bairro, na cidade de Maxixe.
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