terça-feira, 9 de agosto de 2016

Governo manda encerrar Instituto Politécnico de Saúde de Inhambane



Segundo Jornal Noticias, O GOVERNO provincial de Inhambane ordenou, na última sexta-feira, o encerramento do Instituto Politécnico de Saúde, que funcionava, desde os princípios deste ano, na cidade da Maxixe, sem autorização das autoridades competentes.
Para voltar a funcionar, segundo explicou o secretário permanente provincial, Ricardo Nhacoongue, no encontro com a comunidade escolar, o estabelecimento deverá reunir todos os requisitos exigidos para o início de actividades de uma instituição de ensino no país.

A medida do encerramento do instituto não foi acolhida de bom agrado pelos estudantes, pais e encarregados de educação, que responsabilizam as entidades governamentais por terem deixado o estabelecimento entrar em funcionamento, em Janeiro deste ano, sem que tenha sido autorizado.
Os pais e encarregados de educação presentes no encontro afirmaram que, para além da responsabilidade do próprio instituto pelo sucedido, o Governo também tem a sua cota parte, pois, na sua opinião, deveria ter verificado a existência de uma escola ilegal e orientar para se seguirem os procedimentos legais para o seu funcionamento antes de matricular os alunos e iniciarem as aulas.
“Como é que uma escola matricula estudantes, recruta professores, inicia as aulas e os seus alunos participam nas cerimónias das datas comemorativas devidamente identificados e nenhum dirigente questionou a sua ilegalidade. Só hoje, quase um ano depois, é que surge o Governo a mandar encerrar a escola. Quem vai ressarcir as despesas dos alunos?”, questionou um dos pais presentes no encontro.
   
O Instituto Politécnico de Saúde funcionava sem o conhecimento da Direcção Provincial da Saúde. O mesmo começou a matricular estudantes em 2015, tendo iniciado as actividades lectivas no mesmo ano. Cada aluno pagava de mensalidade 2950 meticais.

FALTAM AULAS PRÁTICAS
Para além de funcionar de forma ilegal, o instituto não cumpria o programa de ensino, sendo que devido à insuficiência de equipamentos no laboratório as aulas práticas eram quase inexistentes. O mais grave é a falta de estágios nas unidades sanitárias porque as autoridades do sector não reconheciam a legalidade do estabelecimento.
Antes do anúncio da decisão de encerramento do instituto, a direcção deste decidiu dar férias prolongadas a todos os estudantes. Aliás, estes, estranhando o facto, tentaram obter esclarecimentos, sem que, no entanto, encontrassem justificações plausíveis.
Foi este facto que despertou a atenção das autoridades governamentais, que trataram de se reunir com os estudantes, pais e encarregados de educação, formadores e os membros da direcção do estabelecimento de ensino para explicar a ilegalidade da instituição.
Para além da inexistência de documentos que provam a legalidade do instituto, o outro problema está relacionado com a falta de laboratórios, docentes efectivos, entre outros. No que apurámos, quase todos os formadores que trabalham no estabelecimento aparecem para fazer horas extraordinárias. Por exemplo, o próprio director do instituto, Jeremias France, é também director-geral do Hospital Rural de Chicuque.
DIRECÇÃO PROMETE REGULARIZAR
 Entretanto, a Direcção do Instituto Politécnico de Saúde promete regularizar a situação. “Nós, como direcção do instituto, vamos trabalhar no sentido de regularizar os problemas levantados pelo Governo. Percebemos que todos vivem um momento de agitação, mas estamos cientes de que retomaremos as aulas dentro de dois meses”, assegurou Jeremias France.

Entretanto, os estudantes, pais e encarregados de educação afirmaram sentirem-se burlados e pedem a quem de direito para intervir no caso para que se retome a formação.

No instituto eram leccionados os cursos de Enfermagem Geral, Nutrição, Saúde Materno Infantil e Medicina Preventiva.
Esta não é a primeira vez que o Governo de Inhambane encerra instituições de ensino que funcionavam ilegalmente. Entre 2014 e 2015, o Governo mandou encerrar o Instituto Médio de Comércio, Finanças e Administração Pública que, por coincidência, funcionava de forma ilegal no mesmo bairro, na cidade de Maxixe.

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