Moradores de Macaneta destroem posto policial para exigir libertação de detidos
Os moradores da localidade de Macaneta, distrito de Marracuene,
na província de Maputo, denunciaram, último sábado, à nossa equipa de
reportagem perseguições e detenções alegadamente injustas protagonizadas
pelos agentes da Polícia de Protecção.
O caso começou em Fevereiro, quando a população incendiou uma viatura
de marca Toyota, dupla cabine, pertencente a uma cidadã acusada pela
população de ter tentado sequestrar e traficar dois jovens em Macaneta.
Quatro meses depois, já no domingo antepassado, a Polícia deteve um
grupo de moradores, acusando-os de terem incitado à destruição da
viatura em causa e de terem agredido a suposta raptora. Furiosa, a
população foi ao posto policial local exigir a soltura dos detidos, mas a
Polícia recusou-se. Em resposta, algumas pessoas destruíram o posto
policial, com recurso a martelos e fogo.
No
local, O País constatou as marcas da violência da população, com
destaque para os vestígios de pneus queimados, chapas de zinco
destruídas, bem como outras infra-estruturas
ligadas ao posto policial. “Somos muitos que fazemos parte da lista de
pessoas que a Polícia diz que quer prender. A questão que colocamos é:
como a Polícia quer que nós paremos de reivindicar, se continua a deter
pessoas injustamente? Não é um pequeno grupo que participou nas
manifestações, foram quase todos os moradores de Macaneta
e admiramos por que apenas estão a deter alguns. Por que não vêm
recolher todos para a cadeia?”, questionou um dos moradores, que diz ser
pai de um dos jovens que estão detidos acusados de incitar à destruição
da viatura da suposta raptora.
Comando da PRM promete pronunciar-se esta semana
Confrontado pelo jornal O País sobre as denúncias dos moradores de Macaneta, o chefe das operações do comando distrital da PRM em Marracuene remeteu-nos ao comando provincial. Entretanto, o porta-voz desta instituição, após contacto telefónico com o chefe das operações do comando distrital de Marracuene, prometeu pronunciar-se sobre o caso das denúncias da população ao longo desta semana.
Aliás, os moradores, que preferiram falar em anonimato ao O País, por
temerem represálias, queixam-se ainda de supostos casos de abuso de
poder por parte da Polícia.
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